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Mostrando postagens de 2012

Confusão Poética

Insisto em carregar fardos mais pesados do que meu corpo lânguido aguenta. Carrego-os, porque tomo para mim a responsabilidade deles.  Meus caminhos tortuosos me levam a destinos que já sei em que se configuram. Não consigo ter paz e destreza para resolver certas equações que a vida me lança.  Quero ter coragem, tenho onde buscá-la, mas algo me prende, amarra-me as mãos e ata-me a boca. Meus olhos estão turvos e as lágrimas se desesperam com vontade de cair. Meu dilema é um paradoxo ou um pleonasmo ou não é nada... É apenas um drama a que me recorro todos os dias para continuar vivendo. Ada Kiau

Poeira

As coisas a minha volta estão empoeiradas e velhas.  Móveis e pessoas com ar blasé. Tristes e inferiores. Na verdade, tudo não passa de engano. O erro está em meus olhos, não nas coisas. Ada Kiau

Noturno

Andar no escuro, sentindo o bafo da noite soprar em seus cabelos, era algo que ela sempre gostou. Após a caminhada noturna, abriu a porta de casa, tirou os sapatos e se jogou no sofá, como se jogasse nos braços dele. Lembrou que ele não estava mais ali e sentiu falta. Se abraçou á almofada e ali varou a noite chorando por dentro, pois sabia que a culpa da ausência era dela. Os dias que se seguiram foram cinzas e lamentáveis. Ada Kiau
"Hoje eu decidi não recuar, cuidar de mim, abstrair. Hoje eu decidi ser feliz, tomar atitude, ser diferente. Hoje me lembrei que tenho o controle da minha vida, logo mudo o canal a hora que eu quiser.  Talvez eu caia num imenso tédio e espero que venham mãos, braços e abraços pra me tirar dele. Viver cansa ás vezes, dói quase sempre. Mas, quem disse que eu me importo. Que eu me machuque então, que me esgote as forças, que eu siga sempre!" Ada Kiau (baboseira de madrugada!)

Culpa

Eu saio todos os dias com a cabeça a mil já logo de manhã, carregada de incertezas e a alma limpa de culpas. Mas eu me engano, me iludo, eu sou culpada. Sou culpada pelas coisas que não digo, pelas coisas que não faço. Sou culpada pelas coisas que guardo e pelas coisas que jogo fora. Minha culpa recai pelos amigos que escolho e pelas pessoas que ignoro. Pelas piadas de mal gosto e pelas engraçadas; pelo riso frouxo e pelo riso contido. Sou culpada também por falar mal dos outros e por defender quem eu gosto. Tenho culpa pelas pessoas que gostam de mim, a ponto de se declararem mas também tenho culpa por aquelas que me odeiam. Sou culpada por não gostar de verdade ou por fingir que não gosto (mais por isso), por fingir que não me preocupo, por fingir que não quero, que não me importo. Tenho culpa por fingir que não sou, sendo!

Sem título!

O mundo cai novamente em suas costas. O peso parece impossível suportar. No fim do túnel já não existe mais a luz que ela queria enxergar, existe uma outra luz! Não seria tão grave se não houvesse um outro lado. Ela pensa em seguir a tal luz... Ela vai segui-la, desconfiada!

Triste

E de repente o choro vem, num súbito. Há muito tempo ela não sabia o que era chorar de tristeza. Desaprendeu também à perguntar o porque de tudo. A vida dela anda bem, com as próprias pernas mas algo está fora do lugar. Um descuido e ela rolou morro abaixo. Agora está trancada no quarto com sua culpa, sua angústia e seus pulsos cortados. Ela nunca vai entender os motivos e vai sempre ver as consequências. Ada Kiau

A dança

Um dia ele a convidou para dançar. Pegou a mão dela, deu um beijo e levou-a para o meio do salão. Ali os dois dançaram, ela com a cabeça levemente recostada no ombro dele. Olhos fechados... A dança era tão suave que eles nem perceberam que a música acabara. Ficaram ali dançando por meses esperando que a eternidade os engolisse. Ada Kiau