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Mostrando postagens de abril, 2017

Café amargo

A manhã sobressaiu em meio à correria das pessoas que madrugavam.  Para onde iam, com suas cabeças baixas, seu ar de segurança dentro do carro?  Ela, acordou e abriu a janela e por um momento pôde ver positividade naquele instante.  Tomou um banho, pôs-se dentro de roupas confortáveis, pois o seu trabalho não exigia tanta formalidade.  Desceu as escadas do prédio, cumprimentou o porteiro e saiu. Ali se iniciava de verdade sua jornada no dia.  O café era algo que ela não abria mão e já há muito tempo escolhera um cantinho para sentar todas as manhãs e degustar do melhor elixir inventado pelo homem. No Petit Déjeuner, ela escolheu a mesma mesa, de frente para a rua. Gostava de ver as pessoas e penetrar anonimamente na vida delas. De repente, a hora mais importante do dia foi interrompida com um telefonema. Era ele do outro lado, vociferando palavras que ofendiam e cortavam lentamente o coração dela. Gerard não aceitava o término do relacionamento e continuava a persegui-la por

Colo

O dia amanheceu como todos os dias mas o meu corpo procurou por colo. Pediu para se deitar em posição fetal, e encostar a cabeça no colo macio da mulher, Deusa dos meus dias. A vontade era de permanecer ali, quieta até que a minha respiração fundisse com o tempo que fazia lá fora. Meu corpo pediu colo e eu não queria mais passar um minuto sequer longe dela. Do carinho, dos olhares que conversavam sem palavras, das comidas especiais que não tinham nada demais, mas foram feitas pela mao dela. Hoje eu pedi para que o tempo voltasse e não precisasse crescer. Nunca! Pedi para que ela me gritasse na rua, me mandando entrar pra casa ou para que ela fosse nas reuniões de pais do meu ensino fundamental. Era só o que eu queria hoje. Mas a gente cresce e tem que enfrentar o mundo  com as nossas próprias decisões e convicções. Usar das nossas próprias armas. A vida é dura às vezes e eu só queria colo por hoje. Ada Kiau